- Histórico de movimento do paciente (lesões antigas, reclamações anteriores de dor, etc);
- Prática esportiva;
- Profissão;
- Posições mais adotadas no dia-a-dia.
Percebemos ao estudar a localização do piriforme que ele está bastante próximo a um emaranhado nervoso. Ele também possui uma proximidade interessante ao nervo ciático, cujo trajeto passa exatamente abaixo do músculo na maioria dos indivíduos. Por isso o diagnóstico da síndrome do piriforme é tão complicado. Ela pode ser facilmente confundida com ciatalgia.
Só preste atenção: o músculo piriforme costuma estar logo acima do nervo ciático. Isso quer dizer que excesso de tensão ou hipertrofia dessa musculatura pode comprimir o nervo e causar uma ciatalgia. O que estou querendo dizer é: o diagnóstico de uma patologia não é excludente a outra. Nosso paciente pode muito bem possuir os dois problemas ao mesmo tempo, e não é algo raro.
A síndrome do músculo Piriforme é um problema que pode acarretar em dor, formigamento ou até mesmo dormência nessa região. Por isso, realizar alongamentos e exercícios específicos, é muito importante não só para o tratamento, mas também par a prevenção esta condição.
A principal maneira de identificar a síndrome é através da palpação. Ao realizar a palpação da região glútea, o aluno provavelmente sentirá dor na região do piriforme. O profissional também deve analisar se existe contratura muscular, pontos gatilho ou dor miofascial na região.
Existem alguns testes que podem ser feitos para diagnosticar a Sindrome do Piriforme
1. O teste de Freiberg, realizado com o paciente deitado de bruços na cama e consiste na rotação interna do quadril, trazendo o joelho para fora.
2. O teste de Pace e Nagle, realizado com o paciente sentado com as pernas fora da cama que realiza abdução isométrica e rotação externa dos quadris contra a resistência.
3. A palpação das nádegas, ao nível do grande trocanter e a pressão no centro do ventre muscular que são geralmente os pontos mais dolorosos, os pacientes que sofrem desta síndrome "pulam".
4. Existem outros testes utilizados para o diagnóstico: o teste de Sudek e testes Mirkin e Faber.
O teste mais simples para avaliar o estado do piriforme e outros rotadores externos do quadril é cruzar as pernas como geralmente fazem os homens, em pacientes com esta síndrome é muito difícil se não impossível.
A segunda manobra é simplesmente o alongamento do piriforme
Solicito ao paciente que, deitado na maca, abrace o joelho da perna sintomática e traga-o em direção ao ombro contralateral (conforme a seta da figura acima), realizando Flexão+Adução+Rotação Interna. Esta manobra alonga o piriforme, e um aumento da dor é sugestivo de envolvimento muscular nos sintomas.
Além disso, podemos usar exames de imagem, como tomografias, para complementar o diagnóstico. Na verdade, é bastante comum o paciente já chegar para nós com vários exames de imagem e um diagnóstico médico. Isso quer dizer que podemos dispensar a avaliação mais aprofundada? Com certeza não.
Não é possível mudar o trajeto do nervo ciático porque a cirurgia gera grandes cicatrizes no glúteo e causam aderências que podem fazer com que os sintomas permaneçam. Nesse caso, sempre que a pessoa apresentar dor ciática o tratamento deve ser feito de forma a alongar e diminuir a tensão do músculo piriforme.
Fisioterapia na Síndrome do Piriforme
As sessões de fisioterapia são uma ótima opção de tratamento para diminuir a dor e o desconforto, sendo geralmente muito eficazes. Assim, para o tratamento pode ser útil:
- Fazer massagem profunda: Sente numa cadeira colocando uma bolinha de tênis ou de ping-pong na nádega dolorida e use o peso do corpo para movimentar a bolinha para os lados e também para frente e para trás;
- Fazer exercícios como o alongamento que mostro no vídeo indicado acima, no minuto 1:35, de duas a três vezes por dia, todos os dias;
- A técnica de liberação miofascial, que pode incluir massagem profunda, pode causar dor e desconforto, mas também traz grande alívio dos sintomas nos dias seguintes;
- Colocar bolsa de água morna no local da dor;
A fisioterapia na Síndrome do Piriforme aguda consiste em terapia analgésica e anti-inflamatória com o uso de recursos físicos como o Laser, Ultra-som, Ondas Curtas e TENS.
Exercícios de alongamento dos músculos do quadril são realizados frequentemente e com prioridade para aliviar a tensão muscular e o fortalecimento dos glúteos deve ser moderado e sempre acompanhados com os exercícios de alongamento.
Um paciente com a síndrome do piriforme possui um problema multifatorial que está muito ligado a hábitos de vida. Seu tratamento é complexo e exige uma avaliação precisa e detalhada. Precisaremos descobrir todos os padrões adaptativos que essa dor gerou e que podem afetar todos os movimentos e posicionamento do quadril e membros inferiores. Além disso, é possível que precisemos tratar uma ciatalgia no caso do piriforme estar comprimindo o nervo ciático.