A função da fisioterapia é tratar as enfermidades por meio de exercícios com movimentos e agentes físicos como frio, calor e eletricidade, por exemplo. No âmbito hospitalar, esse especialista é fundamental para a recuperação dos pacientes com diversas doenças. Sendo assim, o profissional faz parte de uma equipe multidisciplinar para a maior comodidade e melhor reabilitação dos internados.
A responsabilidade do fisioterapeuta no hospital é avaliar, desenvolver e pôr em prática os procedimentos para diferentes condições, como o pós-operatório. Qualquer condição que altere a mobilidade da pessoa tem maior probabilidade de ser revertido ou amenizado se a fisioterapia hospitalar conduzir os exercícios com regularidade.
Anamnese
Inicialmente é necessário realizar uma anamnese, que é uma investigação que busca relembrar tudo o que está relacionado à doença e ao paciente. Os itens que fazem parte de uma anamnese são:
- Queixa principal (QP) – o motivo pelo qual o paciente procurou ajuda;
- História da doença atual (HDA) – tudo o que é relacionado a doença atual: início, como começou, sintomas e evolução;
- Histórico médico pregresso (HMP) – informações sobre todas as outras doenças que o paciente já teve, mesmo que não estejam ligados à doença atual;
- Histórico – todas as informações a respeito do paciente: ocupação, onde trabalha, onde reside, se ingere bebida alcóolica, se fuma, se utiliza algum tipo de droga, se realiza atividade física e se faz uso de algum medicamento.
Exame físico
Após a anamnese inicia-se o exame físico onde se é avaliado os sinais e sintomas abaixo:
- Frequência cardíaca
- Frequência respiratória
- Pressão Arterial
- Saturação de O2
- Coloração da pele
- Temperatura da pele
- Se apresenta coriza ou algum tipo de sangramento nasal
- Vômitos
- Dor no peito
- Cefaleia
- Fadiga
- Tremor
- Espasmo
- Fasciculação
- Outros
Inspeção
Após o exame físico é realizada a inspeção de tórax para se observar os movimentos respiratórios e os tipos de tórax, que são:
- Tórax globoso ou tonel
O eixo anteroposterior é igual ou maior que o transversal, sendo que o normal seria o contrário.
Comum em patologias que resultam em obstrução do fluxo aéreo como enfisema pulmonar, asma crônica e bronquiectasia.
- Tórax em peito de pombo ou quilha de navio
Possui acentuada protusão do osso esterno, podendo ser congênito ou adquirido.
- Tórax em peito escarvado ou carinado
Possui uma depressão na qual os arcos costais anteriores se projetam mais anteriormente que o esterno.
Palpação
Através do exame de palpação do tórax é possível verificar a presença de edema e enfisema subcutâneo. Também é possível avaliar a expansibilidade torácica e pesquisa do frêmito.
Ausculta pulmonar
Utilizado para detectar os sons normais e patológicos dos pulmões e vias áreas.
Os sons normais são:
- Som traqueal
- Respiração brônquica
- Murmúrio vesicular
Já os sons anormais e que indicam uma possível condição patológica são:
- Cornagem: estreitamento de vias áreas superiores;
- Roncos: acúmulo de secreção;
- Sibilos: resistência da saída do ar em vias áreas estreitas (broncoespasmo);
- Estertores: presença de líquido na região pulmonar
– Planejamento do Tratamento Fisioterapêutico
O planejamento do tratamento é realizado de acordo com os objetivos traçados pelo fisioterapeuta e da queixa principal do paciente, caso ele esteja consciente e tenha informado qual sua principal preocupação.
A partir daí o fisioterapeuta realiza um planejamento do que será feito em cada sessão durante os dias de internação, levando em consideração que esses objetivos precisam ser de curto prazo e que devem ser cumpridos antes da alta do paciente.
Na grande maioria dos serviços hospitalares a fisioterapia é realizada duas vezes ao dia. O fisioterapeuta então planeja o que será feito em cada uma dessas sessões, a fim de que uma complete a outra e o objetivo proposto seja alcançado com mais facilidade.
Após cada sessão é necessário preencher a ficha de evolução com tudo o que foi realizado e com todos os parâmetros que foram alterados, para que seja possível acompanhar o processo de reabilitação do paciente e também para que os outros profissionais que irão tratar desse mesmo paciente saibam o que está sendo feito durante o tratamento.
Protocolo de Atendimento na Fisioterapia Hospitalar
Cada hospital possui um protocolo específico de fisioterapia hospitalar, que pode variar em diversos tópicos. Porém todos eles possuem sempre os mesmos objetivos: prevenir complicações motoras e respiratórias do paciente internado.
O protocolo também varia de acordo com a doença que o paciente apresenta. Geralmente os hospitais possuem protocolos específicos como: pós-cirúrgico, insuficiência cardíaca, neurológicos, ortopédicos, pediátricos, UTI e UTI neonatal.
Exemplo de Protocolo de Reabilitação Fase Hospitalar para Insuficiência Cardíaca do Hospital Albert Einstein:
1 – Ventilação Não Invasiva – CPAP ou Bipap
2 – Fisioterapia Respiratória – Cinesioterapia respiratória
3 – Fisioterapia Motora – Exercícios de fortalecimento e alongamento muscular
4 – Treinamento muscular respiratório;
5 – Orientações para exercícios em casa após alta hospitalar